19/12/2018

a alma do sorriso e o contador de histórias


(palavras) (homenagem)


ao nosso querido João



Se a palavra “sentir” tivesse alma, seria a tua.
Se a força contagiante da tempestade tivesse alma, seria a tua.
Se a delicadeza da folhagem tivesse alma, seria a tua.
Se a esperança da paisagem tivesse alma, seria a tua.
Se a inspiração da primavera tivesse alma, seria a tua
Se as cores da alvorada tivessem alma, seria a tua.
Se a beleza do detalhe tivesse alma, seria a tua.
Se a raiz da árvore tivesse alma, seria a tua.
Se a profundidade do amanhã tivesse alma, seria a tua.
Se a visão de um mundo novo tivesse alma, seria a tua.

Se a alma tivesse sorriso, seria o teu.

E então é por isso que a palavra “sentir” se transformou num poema.
E que a tempestade rodopiou.
E que a folhagem virou semente.
E que a esperança da paisagem desabrochou num conto de fadas.
E que a primavera corou. E colocou um laço.
E que a alvorada se inundou de horizontes.
E que do detalhe eclodiu o mundo.
E que na terra se cultivou o alimento.
E que do amanhã nasceu o pó das estrelas.
E que o mundo se curou.

E que o sorriso se vestiu de veludo e de cetim.

Porque em cada sentir tu vais lá estar.
Porque em cada sopro tu vais lá estar.
Porque em cada recorte tu vais lá estar.
Porque em cada “chaparro” tu vais lá estar.
Porque em cada equinócio tu vais lá estar.
Porque em cada amanhecer tu vais lá estar.
Porque tu vais lá estar. No rendilhado do universo.
Porque da terra se vai nutrir a alma. A nossa.
Porque no fio das estrelas tu vais lá estar. Bordadas a ouro.
Porque no nosso sonho ficaste tu.

Porque cada sorriso renasceu em alma. A tua.



por Ana Sevinate


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4 comentários

  1. Ana, Ana, assim é o Nosso doce João, assim os nossos olhos vêem através dos teus!!
    É verdade que nos nossos sonhos ficaste tu, sorrindo 🥰

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